Dos ideais de Robert Owen às iniciativas contemporâneas como a semana de trabalho de quatro dias, o debate sobre a qualidade de vida no trabalho é uma constante na história do trabalho. Num projeto piloto em Portugal, lançado em 2022 e que envolve atualmente 41 empresas, estão a ser avaliados os efeitos desta redução na saúde mental e no desempenho profissional dos trabalhadores.

Os resultados preliminares são promissores: os participantes relatam reduções significativas nos sintomas de ansiedade, fadiga, insônia, depressão, tensão e solidão após apenas três meses de implementação. Além disso, o estudo indica que mais de 85% dos trabalhadores notaram melhorias em pelo menos um destes aspectos.

O impacto vai além do emocional. Os funcionários também encontraram tempo para atividades promotoras de saúde, como exercícios, e melhoraram seus relacionamentos pessoais ao terem mais tempo livre. O equilíbrio entre vida profissional e pessoal, que já foi uma fonte de stress para muitos, melhorou consideravelmente, com apenas 8% dos colaboradores a sentirem dificuldades a este respeito após a redução do horário de trabalho semanal.

Um projeto cheio de desafios

Hoje, a transição não foi feita sem dificuldades. Embora a maioria das empresas tenha optado por manter os salários dos funcionários, a jornada de trabalho diminuiu em média 13,7%. Para manter a produtividade, diversas estratégias foram implementadas, como redução de reuniões e adoção de novos softwares.

Apesar dos desafios, o projeto levou a uma reavaliação das práticas de trabalho tradicionais. Muitas empresas estão a considerar a redução da semana de trabalho como uma alternativa viável para melhorar a gestão de recursos humanos e combater o stress no local de trabalho.

Embora o relatório final do projecto esteja previsto para Abril, resta saber se a semana de trabalho de quatro dias se tornará a norma ou se será simplesmente uma nova fase na evolução das práticas de trabalho. @mundiario

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