Portugal convoca embaixador russo para manifestar rejeição de anexação ‘ilegal’

(Actualização com a posição da Embaixada da Rússia em Portugal)Lisboa, 3 de Outubro (EFE).- O Ministério dos Negócios Estrangeiros português convocou segunda-feira o embaixador da Rússia em Lisboa, Mikhail Kamynin, para manifestar a “rejeição firme e condena inequivocamente” ao executivo português à adesão “ilegal” das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia.

O director-geral da Política Externa portuguesa, Rui Vinhas, disse a Kamynin que “este acto de anexação é ilegal” e constitui “uma grave violação do direito internacional, cujos efeitos Portugal nunca reconhecerá”, explicou o ministério.

Da mesma forma, Vinhas pediu às autoridades russas “que revertam a sua decisão” e lembrou que a adesão “põe em perigo a ordem internacional e a arquitetura de segurança europeia”, pelo que a União Europeia “continuará a apoiar a integridade territorial e a soberania da Ucrânia”.

Por outro lado, a Embaixada da Rússia em Portugal revelou noutro comunicado que Kamynin tinha transmitido a Vinhas “a posição relatada no discurso do Presidente Vladimir Putin” no Kremlin de 30 de Setembro e que lhe tinham entregue uma cópia do texto.

O embaixador russo defendeu os referendos como um “direito inalienável dos habitantes” dessas regiões “consagrado na Carta das Nações Unidas”.

Acrescentou que durante esta reunião também foram discutidos “certos aspectos da atual situação geopolítica no mundo”.

Putin assinou na sexta-feira a adesão dos territórios de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia com os líderes pró-russos dessas regiões, que representam 15% da superfície da Ucrânia, durante uma cerimônia em Moscou.

O executivo italiano também convocou o embaixador russo na Itália, Sergey Razov, na segunda-feira para expressar sua condenação à “farsa dos referendos” para a anexação dessas regiões ucranianas e exigir “a retirada imediata, completa e incondicional das forças de território ucraniano”, entre outras reivindicações.

Na última sexta-feira, o Reino Unido convocou o embaixador russo, Andrei Kelin, para dar explicações sobre o mesmo assunto.

Alex Gouveia

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