MADRI, 3 de maio. (EUROPA PRESSE) –
O ex-primeiro-ministro português António Costa disse esta sexta-feira que considera “muito difícil” uma candidatura ao Conselho Europeu devido ao “timing” da Justiça, em pleno processo judicial no caso “Influencer” e apesar de o Tribunal da Relação de Lisboa disse não ver nenhuma indicação de que ele tenha cometido qualquer irregularidade.
“Vai depender das circunstâncias”, explicou Costa quando questionado sobre estes rumores. “Com um processo em curso, esta solução é muito difícil e tempos de justiça são tempos de justiça”, afirmou, sublinhando que este caso influenciou a derrota dos socialistas nas últimas eleições.
No entanto, Costa está plenamente convencido de que a justiça irá finalmente exonerá-lo de qualquer culpa ou responsabilidade e voltou a insistir na sua inocência. “Sei muito bem como essa série vai terminar, não sei quantas temporadas ou episódios terá, mas já sei o final”, disse.
Costa recordou os “dias difíceis” que se seguiram à sua demissão abrupta, em 7 de outubro, e sublinhou que assim que foram levantadas “suspeitas oficiais” sobre ele, deixar o cargo foi “a única solução” para proteger a figura do primeiro-ministro e as instituições portuguesas.
“Foi como ser atropelado por um comboio e sair vivo”, recorda Costa quando questionado sobre aqueles dias turbulentos que antecederam as eleições de março, em que os socialistas não só não conseguiram manter a maioria absoluta, como terminaram na segunda posição. força mais votada.
“Foi difícil ter um contexto económico e social pior” durante estas eleições, garantiu, ao mesmo tempo que criticou a “hiperatenção” que a comunicação social dá a partidos de extrema-direita como o Chega. “É dada mais importância aos 18 por cento que votaram neles do que aos 82 por cento que não votaram”, sublinhou.
Foi mais categórico ao negar uma possível candidatura à presidência da república. “Já disse que este é um cargo que nunca ocuparei na minha vida, fiquem tranquilos”, disse o antigo chefe de Governo em entrevista ao canal de televisão TVI.
No dia 7 de novembro de 2023, António Costa apresentou a sua demissão depois de o Ministério Público ter levantado dúvidas sobre a sua possível participação num crime de tráfico de influências que visava a instalação de um data center na vila de Sines.
A Operação “Influencer” resultou em várias detenções e dezenas de buscas, incluindo uma no gabinete que o antigo chefe de gabinete, Vítor Escária, mantinha na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
No entanto, cinco meses depois, o Tribunal da Relação de Lisboa não só rejeitou tais suspeitas contra ele e as outras pessoas identificadas, como também qualificou o trabalho da investigação como “inepto”.
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