O seleccionador marroquino, Walid Regragui, avisou Portugal: “são favoritos, mas tal como a Espanha”, ao mesmo tempo que garantiu que quer continuar a “criar uma surpresa”.

“Portugal, tal como a Espanha, veio aqui para ganhar o Mundial. Mas já mostramos que somos um time difícil de vencer.

Não é fácil marcar golos e temos jogadores que conseguem marcar. Fizemos história, mas isso não nos satisfaz”, disse o técnico às vésperas da partida das oitavas de final da Copa do Mundo do Catar contra Portugal.

Marrocos se tornou o primeiro país árabe a chegar às quartas de final de uma Copa do Mundo e é o quarto africano a fazê-lo, mas agora, disse o treinador, querem ser os primeiros a chegar às meias-finais.

O treinador disse que agora são “a equipa simpática que todos apoiam” e agradeceu “o apoio de todos os adeptos de África e do mundo árabe”, mas sublinhou que “não devemos cair no conformismo”.

“Não fizemos nada, não é suficiente. Fizemos história, mas se ficarmos aqui não será nada. Se nos acomodarmos, isso significará que não progredimos mentalmente”, disse ele.

“A única coisa que conseguimos até agora foi pôr fim às previsões inúteis feitas com as estatísticas de Harvard. No futebol tudo é possível. “Meus jogadores estão com fome, não estão satisfeitos com as quartas de final”, disse ele.

O treinador disse que Marrocos já é tratado com respeito pelos rivais: “Mostrámos que somos uma pedra no sapato de todos”.

“Ninguém pensava que iríamos ganhar um jogo e agora todos acreditam em nós. Eles estão esperando por nós. Isso nos pressiona, mas é positivo. “Queremos ser a locomotiva de todos esses países”, disse ele.

Regragui disse que é hora de “quebrar o teto de vidro” e confiar mais nos treinadores africanos que, disse ele, “têm a preparação necessária para treinar na Europa”.

“Sempre me disseram que eu não tinha experiência. Joguei sete partidas e já estou nas quartas de final de uma Copa do Mundo. Nesta competição, todas as seleções africanas contaram com treinadores africanos. Quando nos dão responsabilidades, mostramos que podemos fazê-lo”, afirmou.

O treinador admitiu que a sua equipa chega “cansada”, porque defrontou “nações muito fortes, Croácia, Bélgica, Canadá, o mais poderoso da América do Norte e finalmente Espanha, o time que mais faz você correr“.

Mas indicou que os seus jogadores “têm muita vontade e determinação” para defrontar Portugal, “outra equipa que vem para vencer o Mundial” e que “também terá mais posse de bola”.

Regragui disse: “Disseram-nos que mal tivemos posse de bola contra a Espanha, mas quem a tem contra a Espanha? Ninguém, nem mesmo a Alemanha.”