Um país que desconfia da autonomia espanhola e dá peso político aos eleitos locais
O prefeito do Porto, Rui Moreira, é um dos mais fortes defensores da descentralização política em Portugal. Aborrece-lhe ter de depender de Lisboa para poder dar luz verde a projetos de reabilitação na área urbana da sua cidade, ou que o metro da segunda cidade portuguesa seja gerido praticamente a partir da capital. Moreira defende a tradução desse compromisso com o municipalismo em reforma constitucional, mas prefeitos de cidades pequenas e médias temem que o fortalecimento das regiões acabe se traduzindo em maior poder em favor das grandes cidades. Porto, Gaia, Matosinhos vão ganhar um nível de poder com o novo regime regional já que o presidente de cada um será eleito pelos autarcas de cada área e o resto do plenário pelas corporações, prevê o galego Francisco Carballo, professor de Economia da pela Universidade do Mio (Braga) e Presidente da Associação Portuguesa de Economia Regional.
prefeitos poderosos
Carballo Cruz explica que num país sem administração intermédia entre governo e câmaras municipais, os autarcas têm sido incentivados a ter muita influência política, sobretudo aqueles que estão fisicamente mais afastados de Lisboa. Como analista e conhecedor da opinião pública portuguesa, reconhece que a maioria desconfia de um sistema administrativo e político como a autonomia espanholanão recebe boa imprensa aqui, e situações como o coronavírus com diferentes administrações em conflito reforçam essa ideia, acrescenta.
“Fã de comida premiada. Organizador freelance. Ninja de bacon. Desbravador de viagens. Entusiasta de música. Fanático por mídia social.”