Portugal está a avançar com a ideia de aplicar impostos extraordinários a empresas que tenham beneficiado do impacto da guerra na Ucrânia, o que inclui empresas de energia, empresas ligadas à cadeia alimentar e supermercados.
É o que noticia o jornal El País num artigo publicado esta quinta-feira, no qual aponta que o primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, “aproveitou o debate sobre o Orçamento do Estado para 2023 para anunciar que a pressão fiscal deste exercício Aumentará não apenas para as empresas do setor de energia que obtiveram grandes lucros devido ao impacto da crise causada pela guerra na Ucrânia em suas atividades, mas também para o setor de distribuição, que será tributado sobre os lucros que “sofrem injustificadamente por causa desta crise inflacionária.
Costa não disse se o imposto sobre redes de supermercados será semelhante ao que será aplicado às refinarias e empresas de petróleo, gás e carvão, que pagarão pelo menos 33% sobre benefícios extraordinários em 2022. Ele se pronunciou sobre o caráter temporário e , por enquanto, limitado a este ano de 2022.
Esses tipos de medidas são conhecidos como “impostos inesperados” em inglês, e são recomendados por organizações internacionais (incluindo o FMI), que começaram a promover a aplicação de impostos sobre rendimentos extraordinários em diferentes setores.
Entretanto, o Banco Central de Portugal havia se manifestado há poucos dias a favor de impostos extraordinários, quando se conheciam os dados de preços de setembro, que atingiram 9,28%, o mais alto dos últimos 30 anos, e onde os setores de energia e alimentação foram os que mais cresceram.
Em seu último boletim, havia um apoio implícito a medidas fiscais extraordinárias em um ambiente inflacionário igualmente extraordinário, segundo o jornal espanhol.
“O efeito diferenciado do aumento da inflação nas famílias e empresas pode justificar a adoção de medidas temporárias e pontuais, que permitem amortecer o impacto nos setores mais vulneráveis”, indica o relatório do governo português.
Esses tipos de medidas são conhecidos como “impostos inesperados” em inglês, e são recomendados por organismos internacionais (incluindo o FMI), que começaram a promover a aplicação de impostos sobre rendimentos extraordinários em diferentes setores, em razão da extensão da guerra na Ucrânia ou, antes, durante a pandemia, quando certos setores se aproveitaram de outros, em contexto de crise.
Precisamente durante a 39ª Assembleia da (Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), fórum onde a Argentina exerce a presidência pro tempore, esta semana em Buenos Aires, entre um dos temas, a aplicação de novos mecanismos de cobrança extraordinária para mitigar o impacto de guerra e distribuir aos mais vulneráveis.
A este respeito, um dos oradores, o Prémio Nobel Joseph Stiglitz, congratulou-se com a aplicação deste tipo de imposto: “Impostos sobre produtos agrícolas que irão reduzir os custos localmente para os cidadãos, houve resistência mas acho que é uma boa política”, ele disse sobre as restrições locais, como um exemplo de política que a região pode aplicar para mitigar o impacto geral dos preços.
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