MADRID, 28 de março (EUROPA PRESS) –
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu esta quarta-feira dissolver o Parlamento da região autónoma da Madeira, devido a uma investigação sobre um caso de corrupção que derrubou o governo regional, e convocar eleições antecipadas, que terão lugar em 26 de maio, apenas 15 dias antes das eleições para o Parlamento Europeu.
O Conselho de Estado Português emitiu “parecer favorável, por maioria, à dissolução” da Assembleia Legislativa da Madeira, ouvidos os partidos políticos. O decreto assinado por Rebelo de Sousa foi “imediatamente aprovado pelo primeiro-ministro interino”, António Costa, segundo um comunicado da presidência portuguesa.
O presidente regional da Madeira, Miguel Albuquerque, demitiu-se no início deste ano depois de ter sido declarado “suspeito formal” numa investigação de corrupção ligada a alegações de contratos irregulares, embora o presidente não tenha posteriormente dissolvido o parlamento porque as eleições foram realizadas em Setembro e as eleições não podem ser convocadas dentro primeiros seis meses do mandato.
Nesta ocasião, a maioria dos partidos representados no Parlamento apelou à realização de eleições, com exceção do conservador Partido Social Democrata (PSD), que lidera o governo do arquipélago desde 2015, e do CDS Democrata Cristão, ambos no seio do Parlamento. a Executiva Regional.
O líder do Partido Socialista Progressista da Madeira, Paulo Cafofo, considerou que a decisão do Chefe de Estado após a crise política provocada pela demissão do presidente regional “permite a defesa da democracia e do funcionamento das instituições”, a- ele declarado. » disse em declarações à agência Lusa.
Assim, lembrou que a realização de eleições legislativas regionais antecipadas sempre foi a “única solução para a crise política” na Madeira, posição que o seu partido tem defendido “em diversas ocasiões”. “(O governo) perdeu toda a confiança do povo madeirense e não tem legitimidade nem condições para continuar a dirigir os destinos da região”, acrescentou.
Por seu lado, o líder do partido de extrema-direita Chega de Madeira, Miguel Castro, manifestou-se satisfeito com a marcação de eleições antecipadas: “É assim na democracia, temos de dar voz ao povo e agora ele fará isto. serão eles (os cidadãos) que terão legitimidade “para eleger os seus representantes para governar a região”, disse.
“Somos um partido que tem lutado muito pela transparência, pelo combate à corrupção, ao clientelismo e, se dissermos que este PSD de Miguel Albuquerque é um PSD que, de certa forma, está mortalmente ferido por estas situações suspeitas, obviamente que não chegaremos a um acordo com quem representa um partido que deixa tantas suspeitas”, explicou.
Este apelo surge poucos dias depois das eleições legislativas antecipadas de 10 de março em Portugal, na sequência da demissão do primeiro-ministro António Costa, na sequência de uma investigação de corrupção em que os procuradores reconheceram “confusão”. Os resultados deram a vitória à aliança conservadora, pelo que Luís Montenegro foi nomeado chefe do governo.
Esta semana começou a nova legislatura, com uma Assembleia dividida entre os conservadores, que conquistaram 80 assentos, e os socialistas, que conquistaram 78. No entanto, a terceira força, o Chega, que conquistou 50 assentos, ganhou importância depois de ter quadruplicado os assentos comparados. à legislatura anterior.
A esta situação de instabilidade política somam-se as recentes eleições antecipadas nos Açores, organizadas em Fevereiro e em que os conservadores venceram as eleições, com apenas três assentos a menos que a maioria absoluta. Neste caso, a convocatória ocorreu depois de o governo regional não ter conseguido executar o orçamento de 2024.
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