A Nação / A Volta do Cânone Cristão não depende da vontade dos Executivos, mas do Congresso Brasileiro

Por Lourdes Torres – Jornalista – lourdes.torres@nacionmedia.com

Durante a última sessão ordinária da Câmara dos Deputados Deputados, o plenário aprovou nas mesas um pedido de declaração que insta o Poder Executivo a iniciar ações junto ao Governo da República Federativa do Brasil, visando a devolução do Cânion Cristão“. Sobre, Cláudio Velázquez, especialista em história militar contemporânea destacou que embora seja uma iniciativa interessante e oportuna, Nem o presidente Santiago Peña nem Luiz Inácio “Lula” Da Silva têm o poder de resolver esta questão que o Paraguai reivindica há mais de 150 anos.

Em comunicação com o jornal La Nación/Nación Media, o historiador explicou que o retorno do “Canhão Cristão”, que era patrimônio paraguaio e foi levado ao Brasil como troféu de guerra, Deve ser retirado do registro patrimonial do país vizinho para ser devolvido e somente ao Congresso Nacional. através de um projeto de lei aprovado pode ser alcançado.

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O especialista enfatizou que O projeto de declaração aprovado pela Câmara dos Deputados é uma medida legislativa que visa aprofundar os esforços de recuperação de um patrimônio cultural e histórico paraguaio que está no poder do Estado do Brasil há mais de 150 anos. Fazendo uma breve lembrança histórica, lembrou que o Paraguai, no âmbito da guerra contra a Tríplice Aliança, construiu quatro grandes canhões: o General Díaz, o Crioulo, o Akä Verá e o Cristiano.

O historiador Claudio Velázquez explicou que a devolução do “Cânone Cristão” afundado no Paraguai, trazido ao Brasil como troféu de guerra, deve ser retirada do registro patrimonial do país vizinho. Foto: Arquivos.

“Este canhão cristão tinha a particularidade de ser lançado sozinho, eram utilizados sinos de igreja, daí o seu nome, cristão. O objetivo do Canhão Cristão era ter o poder de perfurar navios blindados brasileiros. O Brasil possuía uma frota de navios com tecnologia poderosa e blindagem muito forte e era impossível afundá-los sem romper essa blindagem. É com essa missão que o Christian Canyon foi construído”, disse o historiador.

Ele mencionou que infelizmente O cânone cristão teve uma duração muito curta de combate durante a Grande Guerra, um período de menos de um ano dos 5 que durou a guerra; devido à queda da fortaleza de Humaitá, ocorrida em meados de 1868. “Infelizmente, esse canhão, que ficava no Forte Humaitá, em Ñeembucú, onde defendia o rio Paraguai, não pôde ser utilizado por muito tempo. Mas não foi utilizado durante um ano, depois da queda do forte”, disse.

Velázquez mencionou que de acordo com pesquisas e levantamentos realizados com vários historiadores, o O Brasil tem o cânone cristão como patrimônio, e ele está exposto no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.. Ele explicou que para que o canhão seja devolvido ao Paraguai, vários historiadores já explicaram que primeiro ele deve ser retirado do patrimônio brasileiro.

Essa cessação deve ser feita por lei.É por isso que muitos esperavam que quando Lula da Silva assumisse o poder, e no âmbito dos Acordos de Itaipu, Lula pudesse devolver o cânone cristão. Mas, Não depende de Lula, depende do Congresso brasileiro. Por isso fica muito difícil, mesmo que o executivo paraguaio dê o seu melhor e discuta o quanto quiser com o executivo brasileiro, mas no final depende do Congresso brasileiro vai aprovar lei que retira e devolve o canhão Cristiano ao Paraguai” ele explicou.

Da mesma forma, o historiador Velázquez mencionou isso durante o recente Encontro Internacional de Historiadores sobre a Guerra da Tríplice Aliança, realizado em Assunção; mais uma vez alguns Historiadores brasileiros apontaram que o Paraguai também é dono do Brasil, como o navio Añandaí, hoje Amambay, que fica localizado no Vapor Cué. “Este foi um navio brasileiro que o Paraguai capturou no início da Guerra da Tríplice Aliança e transferiu para sua frota. “Esta é uma discussão muito complexa e longa”, comentou.

Canhões cristãos derretidos durante a guerra contra a Tríplice Aliança estavam no Forte Humaitá, em Ñeembucú, para atacar navios blindados brasileiros. Foto de cortesia.

Claudio Velázquez destacou que dado o ambiente adequado e a aproximação entre o Paraguai e o Brasil, algumas manifestações de intenções poderiam ser obtidas e talvez até um projeto de lei que retirasse o Cânion Cristinano do patrimônio brasileiro. “Acho que poderíamos fazer isso muito bem, mas Por fim, dependerá da vontade política, bem como da capacidade da embaixada do Paraguai no Brasil de exercer forte lobby para obter determinada aprovação. Mas não é uma tarefa fácil, porque não é uma questão que dependa apenas de Lula Da Silva.“, indicou.

A pedido de vários deputados, Sobre Tablas aprovou, durante a sessão ordinária de quarta-feira, 29 de novembro, um projeto de declaração “que insta o poder executivo a iniciar ações junto ao governo da República Federativa do Brasil, visando a devolução de Christian Canyon “. A iniciativa visa que o poder executivo acione os mecanismos necessários junto ao governo brasileiro, para que este símbolo do Paraguai seja traduzido como um sinal de paz, amizade e fraternidade entre os dois povos.

Os legisladores que assinaram o projeto de declaração são: Héctor Figueredo (ANR-Paraguarí); César Cerini (ANR-Itapúa); Diosnel Aguilera (PLRA-Ñeembucú); Rocío Vallejo (PPQ-Capital); Bettina Aguilera (ANR-Alto Paraná); Mauricio Espínola (ANR-Capital); Néstor Castellano (ANR-Central); José Ramón Rodríguez (ANR-Capital); Rodrigo Blanco (PLRA-Central); Graciela Aguilera (PLRA-Cordilheira); Cristhian Brunaga (ANR-Itapúa); Pedro Ortiz (ANR-Central); Jorge Barressi (ANR-San Pedro); e Leidy Galeano (CN-Central).

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Alex Gouveia

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