A sexta edição do Mirada Ibero-American Performing Arts Festival apresenta 36 peças de 13 países – Artezblai

É comemorado em Santos, São Paulo, Brasil, de 9 a 18 de setembro

De 9 a 18 de setembro, a sexta edição do MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas-, organizado pela Sesc São Paulo, retoma seu atendimento presencial ao público no Sesc de Santos, no Brasil, bem como em teatros, espaços públicos e prédios históricos da cidade, em colaboração com a Prefeitura de Santos e Cubatão. Durante os dez dias de atividades, serão apresentados 36 espetáculos em diversos idiomas em teatro, dança, performance e teatro de rua para todas as idades.

Participarão desta edição representantes da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. O Brasil receberá artistas dos estados de Sergipe, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Haverá também atividades de formação, uma instalação interativa e um encontro que reunirá programadores e diretores de festivais de palco internacionais e nacionais.

A sexta edição acontecerá no mês do bicentenário da Independência do Brasil. Este aniversário será refletido em parte dos espetáculos da América Latina, Portugal e Espanha, que abordam criticamente os sintomas da colonização e dos processos migratórios.

Com nove peças previstas no programa, Portugal será o país de honra desta edição. As obras portuguesas refletem a diversidade cênica ali encontrada. São montagens críticas sobre identidades históricas forjadas no marco do colonialismo: a conquista pelo genocídio dos povos indígenas, depois o processo de colonização com a escravidão dos africanos.

Este é o caso de ‘brasa‘, por performance e artista visual Tiago Cadete, cujo trabalho incide sobre grupos migratórios entre Portugal e Brasil. Dentro ‘Estreito / Estreito‘, uma co-produção luso-chilena entre Teatro Experimental do Porto (PET) e o Teatro La Maria (CHI), veremos uma sátira que problematiza a figura do navegador português Fernão de Magalhães / Fernando de Magallanes (1480-1521). ISSO É ‘Cosmos‘, onde atrizes de origem cabo-verdiana, portuguesa e angolana revisitam as mitologias africanas e europeias para propor o nascimento de um novo mundo.

Outras criações testam a saúde das democracias ao seu redor. As montanhas portuguesasfilhos do mal Y’viagem a portugal, Última parada, ou o que andamos para chegar aquiabordam as memórias, legados e consequências do regime de Salazar e da Revolução dos Cravos, que pôs fim a quatro décadas de ditadura. A primeira peça apresenta filhos, netos, bisnetos e sobrinhos de presos políticos; a segunda reúne arquivos para falar de direitos, injustiças e convicções humanistas.

Da América do Sul, o grupo equatoriano a trincheira exposições em ‘QUIMERA‘ o conflito fictício e microscópico criado pelo diretor Nixon García Sabando entre dois soldados da fronteira, quando eles percebem que a demarcação do limite dessas terras simplesmente desapareceu. No show de um homem só’Tijuana‘, do grupo mexicano Lagartos deitados ao solo ator Lázaro Gabino Rodríguez questiona a noção de social-democracia a partir de sua experiência como trabalhador precário na maior cidade do estado de Baja California, cuja fronteira norte a separa do estado da Califórnia, Estados Unidos.

Da Argentina, ‘Era uma vez’, do diretor Gustavo Tarrioaborda a ditadura civil-militar (1976-1983) de seu país a partir de uma passagem inusitada e com certa dose de humor: quando representantes da ala mais conservadora da Igreja Católica baniram os livrinhos era uma vez… el Hombre semanários da revista e os substituiu por uma edição especial que combinava, em um nível delirante, conteúdo sobre neandertais, sapiens e criacionismo da doutrina bíblica.

o grupo cultural Yuyachkanido Peru, que completou 50 anos em 2021, traz para esta edição do Festival ‘discurso promocional, reflexão sobre os legados ligados às estruturas sociais coloniais. A peça foi produzida por ocasião do bicentenário da independência do Peru.

Bioma com a maior biodiversidade do mundo, a Amazônia é o apelido de duas áreas vivas: ‘Teatro Amazonas‘, idealizado pelo coreógrafo espanhol Laida Azkona Goni e o cinegrafista chileno Txalo Toloza-Fernandez, faz um inventário da violência no Norte do país a partir de viagens ao Amazonas e ao Pará; Y’A Lua na Amazônia‘, dirigido pelos irmãosHeidi Abderhalden e Rolf Abderhaldendo grupo Mapa do teatrode Bogotá, acontece onde, em 2019, a existência de comunidades indígenas vivendo isoladas por vontade era tópica. ‘Vila Parisi‘, dol Ônibus 302de Cubatão, com direção de Douglas Lima e direção de Eliana Monteiro, da Teatro Vertigemparte da memória e das histórias de quem viveu nesse bairro operário da Baixada Santista durante a década de 1980 (considerado o mais poluído do mundo) para encenar reflexões sobre aspectos ambientais e sociais.

Você também veráAldeia‘, onde artistas adolescentes e adultos com síndrome de Down se apropriam da tragédia de Shakespeare com irreverência crítica e um olhar pop em uma criação deTeatro da Praçauma companhia peruana, na versão do diretor e dramaturgo Chela de Ferrari.

‘Você tem que jogar as vacas sobre a ravina‘ tem artistas da Venezuela, Espanha e Brasil, que mostram a esquizofrenia do ponto de vista de quem convive com pessoas que sofrem da doença. A sala, que reúne os grupos A Caixa de Fósforos, a Máquina Teatral e o Circuito Artístico do Contrajogoapresenta cinco histórias de pacientes ou familiares cujas vidas foram afetadas por doenças mentais crônicas graves, mas deixa espaço para o humor.

‘Lingua Brasileira’ de Ultraliricos e Tom Zé

Entre as 12 produções brasileiras presentes na atual edição do MIRADA, um novo projeto inclui o Teatro Andesde Yotala, Bolívia, e grupo de teatro Palhaços de Shakespeare, de Natália. Esta é a estreia mundial de ‘BORDA | FALHA‘, que teve como ponto de partida as mudanças realizadas durante o festival Ocupação Mirada 2021, como parte da ação Telas Abertas da América Latina. A pesquisa dá conta dos contrastes e proximidades dos aspectos histórico-culturais, sócio-políticos, econômicos e das heranças das relações de conflito territorial entre os respectivos países.

idioma brasileiro‘, do coletivo ultralyrics, com trilha sonora original de Tom Zé, conduzida por Felipe Hirsch, será apresentada no último dia do Show. É um espetáculo que busca contar a epopeia dos povos que criaram o português falado no Brasil, seus mitos e sua cosmogonia, passando pelas longínquas origens ibéricas, pelos romanos, pelos bárbaros e pelos árabes, pela África e pela América indígena. .

Erupção – A revolta ainda não acabou‘, do ocupação coletiva, em pré-visualização no MIRADA de uma montagem nascida de uma investigação: “Qual é o fim do mundo para mundos que já terminaram há muito tempo?” Em um espetáculo nascido do movimento de estudantes do ensino médio que ocupavam as escolas públicas de São Paulo.

anonimato’ Esta é a primeira incursão de Companhia de Teatro Mungunza em teatro de rua e gêneros musicais, além de ser a primeira vez que trabalha com o diretor convidado Rogério Tarifa. Nele, oito personagens da cena são convocados para uma jornada da qual pouco sabemos, mas da qual temos uma intuição: o estado de presença em todos os níveis da vida.

a companhia de teatro Heliópoliscom o dramaturgo convidado Dione Charlespresente ‘PRISÃO ou porque as mulheres se transformam em búfalos‘. A peça narra as trajetórias das irmãs gêmeas Maria dos Prazeres e Maria das Dores, negras, moradoras da periferia e marcadas pelo aprisionamento de parentes.

Disposto em um grande tabuleiro, o jogo’O que meu corpo nu diz a você? é uma performance imersiva com contos íntimos do Coletivo impermanente e o gerente Marcelo Várzea. Os artistas se revezam em cada sessão para expor histórias autobiográficas ficcionais onde são discutidos temas como assédio sexual, machismo, homofobia, idadismo, grossofobia, racismo, pedofilia, infertilidade e compulsão.

Dirigido por José Fernando Peixoto de AzevedoUm inimigo do povo transpõe a peça do norueguês Henrik Ibsen para uma peça sugerida pelo Brasil contemporâneo, disputas provinciais e privilégios na balança de poder das elites políticas, econômicas e midiáticas que relegam seus concidadãos ao décimo nível.

Cristiano Cunha

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