MADRI, 28 (SERVIMEDIA)
A presidente da Autoridade Independente para a Responsabilidade Fiscal (Airef), Cristina Herrero, assegurou esta sexta-feira que o órgão vai emitir um parecer em dezembro sobre a sustentabilidade das finanças públicas em que “pela primeira vez” vão fazer projeções da despesa em saúde, educação, desemprego ou dependência.
Foi o que indicou a responsável da Airef no seu discurso no IX Seminário Ibérico de Economistas em que esteve presente juntamente com a sua homóloga portuguesa, a presidente do Conselho das Finanças Públicas, Nazaré da Costa.
Herrero destacou que as Instituições Fiscais Independentes (IFIS) na Europa proliferaram após a reforma do quadro fiscal europeu devido à crise de 2008 porque ficou claro que “elas não estavam alcançando posições fiscais sustentáveis e ‘é necessário fortalecer a propriedade nacional de recursos públicos finanças’. disciplinar”.
Da mesma forma, indicou que os IFIS servem para controlar “o viés da dívida pública” que os governos têm porque “podem garantir ou produzir de forma independente” previsões macroeconômicas. “Perante o imediatismo do decisor da política orçamental, as IFI fazem análises de médio prazo e da sustentabilidade das contas públicas”, sublinhou.
Além disso, salientou que a Airef desenvolveu desde a sua criação “modelos próprios” que permitem apoiar a análise das previsões governamentais e salientou que durante o seu mandato começaram a ser divulgados uma vez que anteriormente apenas “as possibilidades de realização das previsões governamentais”. Nesse sentido, ele destacou que as próprias previsões da Airef passam por um “processo de autoavaliação”.
Assim, Herrero indicou que recentemente as instituições espanholas e portuguesas “recentemente” tiveram de aprovar as previsões macroeconómicas dos executivos, em que “o dinamismo das variáveis nominais” são as que “permitiram” a aprovação, embora as duas organizações alertassem para ” riscos descendentes para o crescimento real e riscos ascendentes para a inflação”.
Por outro lado, sublinhou que a nível europeu, a Airef deve avaliar “a coerência dos documentos orçamentais” com as recomendações do Ecofin, lembrando que a nível nacional, a fixação das taxas de referência “deve servir de ponto de ancoragem e guia para as administrações públicas e, desta forma, têm efeitos positivos em termos de certeza, mas esses efeitos positivos desaparecem caso não se ajustem à realidade”. pelo Ecofin se as medidas para fazer face à situação económica forem prolongadas.
O presidente da Airef sublinhou, a nível institucional, o “particular zelo” que existe nos dois IFIS pela política de nomeações, o que os torna “instituições fiscais únicas na União Europeia”. No caso da Airef, o candidato é proposto pelo Ministério da Fazenda e deve ser apoiado no Congresso por maioria absoluta.
Entre as virtudes da organização espanhola, destacou o financiamento, já que o Airef é financiado por uma taxa paga por todas as administrações públicas, que as “protege de possíveis tentações de corte de recursos gerenciais” e a gestão de um homem só, que proporciona “agilidade gerencial”. mesmo que exija “os mais altos padrões de qualidade” da pessoa escolhida.
Herrero apontou como outro diferencial da Airef que é uma das poucas instituições europeias a ter competência na “avaliação da despesa pública”, que nasceu “no quadro da iniciativa europeia”. Assim, sublinhou o empenho do Governo no Plano de Recuperação no que diz respeito à avaliação, mas também na “integração das propostas da Airef na tomada de decisão”.
(SERVIMEDIA) 28-OUT-2022 12:34 (GMT +2) JMS/gja
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