Festival Verdiblanco em Almendralejo – Badajoz Desporto

Badajoz Sports/Víctor Pagador

XI: Hernán Cortés: Canito; Moruno, Sérgio, Diego, Nacho; Lynco, Joaquin, Illyasse; Pablo, Kike, Enrique

Real Betis XI: Rui Silva; Abner, Altimira, Chadi Riad, Ruibal; Guardado, William Carvalho; Luiz Henrique, Rodri, Abde, Willian José

Que a Copa é legal, já sabíamos disso desde que a RFEF deu uma cara nova a uma competição que, ano após ano, foi perdendo o interesse do grande público. A possibilidade de equipes modestas enfrentarem clubes históricos do nosso futebol, somada ao fato das eliminatórias de ida e volta incentivarem o envolvimento dos grandes, fazem deste formato uma verdadeira delícia para os fãs de futebol.

Hernán Cortés foi o último clube modesto da região a beneficiar do novo modelo de taça, depois de o acaso o ter associado ao Real Betis. Devido às condições do relvado em Badajoz, o jogo teve de ser disputado no Francisco de la Hera, em Almendralejo. Ambiente rival e luxuoso, não poderíamos pedir melhor.

O Real Betis apareceu em Almendralejo acompanhado por mais de dez adeptos que, desde a manhã de quarta-feira, conquistaram a Praça Extremadura de Almendralejo com as suas canções e as suas cores.

Dentro de Francisco de la Hera é sempre igual. Ambos os fundos foram tingidos em preto e branco e geraram uma atmosfera digna de uma partida nas competições de futebol mais importantes do cenário.

Do lado do futebol, Manuel Pellegrini não escondeu nada. Os onze que o chileno alinhou contra Hernán Cortés puderam ser aproveitados sem problemas excessivos durante cada jornada do campeonato com bons resultados.

Quando Díaz de Mera apitou para o início da partida, as formalidades terminaram. O Bétis saiu determinado a repor a eliminatória e antes de chegar aos 10 minutos já vencia por 0-3. Rodri Sánchez, Willian José e Luiz Henrique, da Extremadura, lideraram.

A equipa verde e branca não ia parar, apesar de ter deixado o jogo decidido desde o início. Mais dois gols de Rodri Sánchez, três de Willian José e um de Abde deixariam o resultado em 0 a 9 antes do intervalo.

Já no segundo tempo, Abde confirmou a dobradinha ao marcar o décimo gol da partida. Mas o melhor ainda estava para vir. Segundo Felipe Gallego, treinador da equipa de Badajoz, após o final do jogo, ao intervalo e com o resultado esmagador contra si, disse aos seus jogadores que “pelo menos” deveriam tentar marcar um golo. Dito e feito.

Após o décimo gol do Betis, Hernán Cortés encontrou a brecha para punir o Betis. Illyasse recebe a bola no meio do campo, olha o horizonte e vê o avanço de Kike nas costas de Riad.

O médio marroquino filtrou um passe de grande qualidade que ultrapassou a linha defensiva Verde e Branca e deixou o avançado de Cortez sozinho frente a Rui Silva. Kike finalizou com o pé direito e a bola escorregou para o gol do Bétis após bater no goleiro português.

Francisco de la Hera explodiu de alegria. A torcida azul-branca e verde-branca comemorou um gol histórico que se tornou o primeiro marcado por uma seleção regional contra outra equipe da primeira divisão desde o atual formato da copa.

A meta traçada por Felipe Gallego para seus alunos no recreio foi alcançada. Com o gol sofrido, o Bétis reduziu a intensidade da partida e fez alterações para dar minutos a jogadores menos comuns, como o jovem Ricardo Visus ou Juan Cruz.

Assane Diao, de Badajoz, também entrou no lugar de Willian José. O hispânico senegalês marcará o décimo segundo golo do jogo, depois de Marc Roca ter convertido uma grande penalidade aos 86 minutos a favor dos Verdes e Brancos.

Apesar do resultado volumoso, a festa continuou para Hernán Cortés. A equipa de Badajoz foi aplaudida de pé por todo o estádio Almendralejo, incluindo os adeptos do Beticos que demonstraram um carinho especial a Canito e Galeano, guarda-redes de Cortés.

O novo formato da Taça do Rei voltou a premiar o futebol mais modesto e animou uma pequena entidade local da Extremadura com menos de mil habitantes, fundada em 1962. Os futebolistas de Hernán Cortes puderam sentir-se jogadores de primeira divisão e também serão capaz de se orgulhar de ter marcado um gol contra uma equipe inteira do Real Betis. Mesmo a maior vitória não poderia eclipsar tais sensações.

Cristiano Cunha

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