Reunião do Conselho de Estado começa devido à crise política em Portugal

Lisboa, 9 nov (EFE).- O Conselho de Estado português reúne-se quinta-feira para enfrentar a crise política aberta com a demissão do primeiro-ministro, o socialista António Costa, reunião que culminará com uma declaração do Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a conveniência de convocar eleições antecipadas.

A reunião, que decorreu na residência oficial do presidente, o Palácio de Belém, contou com a presença de 18 vereadores de estado ao lado de Rebelo de Sousa, incluindo o próprio Costa.

O Conselho de Estado é um órgão consultivo da presidência que pode, entre outras coisas, decidir sobre a decisão de dissolver ou não o Parlamento, mas nunca de forma vinculativa.

Rebelo de Sousa, que também realizou ontem, quarta-feira, uma série de consultas com todos os partidos representados no Parlamento, vai anunciar a sua decisão final em comunicado ao país após a reunião do Conselho de Estado.

Costa apresentou a demissão na passada terça-feira depois de saber que estava sob investigação por alegada prevaricação, corrupção ativa e passiva e tráfico de influência em empresas de lítio e hidrogénio, mas garantiu não ter cometido qualquer ato ilícito.

Os socialistas, que têm maioria absoluta, propuseram continuar a governar com um novo primeiro-ministro, mas os partidos da oposição apelaram à dissolução do Parlamento e à convocação de eleições antecipadas, cenário que, a priori, é preferido por Rebelo de Sousa.

O presidente poderá anunciar que aguardará a aprovação do orçamento de 2024 – cuja votação final está marcada para 29 de novembro – para dissolver a Câmara, segundo a mídia local.

A Constituição portuguesa e a lei eleitoral prevêem que as eleições antecipadas devem ocorrer entre 55 e 60 dias após a oficialização da data da dissolução do Parlamento.

A demissão de Costa, que liderava o governo desde 2015 e se preparava para cumprir o terceiro mandato, o primeiro com maioria absoluta, abriu uma crise política em Portugal.

Ao anunciar a sua demissão, o socialista disse que permaneceria no cargo até ser substituído como primeiro-ministro.

Além de dissolver a Câmara e antecipar as eleições, com os poderes que lhe são conferidos pela Constituição, Rebelo de Sousa poderia também pedir aos socialistas que nomeassem um novo primeiro-ministro ou mesmo formassem um executivo de iniciativa presidencial. EFE

pfm/ssa/pddp

Alex Gouveia

"Estudioso devoto da internet. Geek profissional de álcool. Entusiasta de cerveja. Guru da cultura pop. Especialista em TV. Viciado em mídia social irritantemente humilde."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *