A Aliança Democrática vence as eleições portuguesas com o mínimo

Luís Montenegro, candidato da coligação Aliança Democrática (EFE/EPA/TIAGO PETINGA)

Portugal inclina-se ligeiramente para a direita após nove anos de governo de esquerda. Luís Montenegrocandidato da coligação Aliança Democrática, conseguiu vencer nas urnas, enquanto o Partido Socialista, liderado por Pedro Nuno Santos, sofreu uma queda acentuada em relação às últimas eleições. O outro grande vencedor da noite foi André Ventura, líder do Chega, partido de extrema-direita, já que conseguiu consolidar-se como a terceira força política, muito próximo das duas principais forças que disputavam o primeiro lugar.

Este domingo, os cidadãos portugueses tiveram uma reunião importante durante as eleições: tinham que eleger o próximo primeiro-ministro. Depois de um longo mandato de esquerda, a coligação de direita veio a esta convocatória às urnas com a intenção de inverter a situação. E assim foi. Com 29,6% dos votos para Montenegro, a direita conseguiu romper com a tendência de esquerda iniciada por António Costa em 2015. Enquanto o Partido Socialista obteve cerca de 28% do apoio dos cidadãos; e o Chega, pouco mais de 18%.

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A noite estava se preparando para a coalizão de centro-direita, de acordo com as pesquisas de boca de urna, que previam uma vitória clara para os montenegrinos. No entanto, à medida que a noite avançava e, com ela, o escrutínio, as diferenças entre a Aliança Democrática e o Partido Socialista estreitaram-se ao ponto de beirarem a igualdade.

Agora que se conhece a eleição dos cidadãos e é óbvio que a Aliança Democrática não tem apoios suficientes para obter a maioria, é chegado o momento de pactos e alianças. A verdade é que com um resultado tão próximo não está claro qual campo (direita ou esquerda) conseguirá formar governo. Como vencedora das eleições, a Aliança Democrática tentará aderir à Iniciativa Liberal, embora isso não seja suficiente para obter a maioria absoluta. A isto soma-se o problema de Montenegro já ter deixado claro que não abrirá a porta ao Chega, ainda que não fosse necessário, pois bastaria para derrotar as formações de esquerda, mas não para a maioria absoluta.

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As avaliações da partida não tardaram a chegar. O Montenegro, ao vencer as eleições, ainda que por uma pequena margem, deixou mais uma vez claro que não concordará com a extrema direita. “É claro que manterei minha palavra”, garantiu. “Seria um dano imenso para mim, para o meu partido e para a democracia se eu não cumprisse”, acrescentou.

“Os resultados projectam um dos piores resultados históricos para a esquerda e uma vitória para a AD”, disse o secretário-geral do Partido Socialista, Hugo Soares. Ao que acrescentou: “Estamos encarando as projeções com a mesma tranquilidade e serenidade com que realizamos toda a campanha. “Não posso deixar de sublinhar que as projeções sugerem uma vitória da Aliança Democrática e sobretudo um grande sentimento de mudança no país.”

Por seu lado, António Costa afirmou: “Penso que neste momento os resultados quase finais são menos claros do que as primeiras previsões que vi nos últimos minutos, mas em termos de mandatos há praticamente igualdade”. Salienta ainda que “em termos de votações há uma proximidade muito grande” e que a única certeza é que os resultados finais provavelmente não serão conhecidos este domingo.

Em meio à incerteza sobre o vencedor da convocatória no país português, há uma formação que se destacou e brilhou na noite eleitoral: o Chega. O partido de extrema-direita conseguiu estabelecer-se na terceira posição, experimentando um forte crescimento em apenas cinco anos. E é facto que a formação ultrapassou um milhão de votos e visa libertar o país da extrema direita.

A Aliança Democrática vence as eleições portuguesas com o mínimo

Marciano Brandão

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