Preocupações dos empresários portugueses sobre possível instabilidade política

Lisboa, 12 março (EFE).- A Associação Empresarial de Portugal (AEP), um dos principais grupos do país com mais de 3.000 associados, manifestou-se terça-feira preocupada com o impacto que um cenário de instabilidade política terá na economia. resultados das eleições do passado domingo.

Numa nota de imprensa, a AEP acredita que “seja qual for o contexto, o país precisa de equilíbrio”.

“A instabilidade política afetará a economia em vários aspetos, nomeadamente no que diz respeito a uma execução mais lenta dos fundos europeus e à falta de confiança dos investidores, o que condicionará a atratividade do nosso país para atrair investimentos, nacionais e estrangeiros”, previu a associação. .

Os resultados apertados das eleições legislativas de domingo levantaram dúvidas sobre a governabilidade do país, depois de a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD) ter sido declarada vencedora com 79 assentos, apenas dois atrás dos socialistas e muito aquém dos 116 deputados, o que dá uma maioria absoluta. às eleições legislativas de domingo. Parlamento.

A opção mais direta para que a AD não tenha de governar em minoria seria acrescentar os 48 assentos do partido de extrema-direita Chega, o que o líder da coligação de centro-direita, Luís Montenegro, recusa fazer. O PS, por seu lado, já deixou claro que não apoiaria um governo da AD.

Perante estes resultados, a associação patronal considerou que as condições de arranque após as eleições de dia 10 “não são as ideais e não podem oferecer a robustez que a economia nacional necessita”.

“A diferença entre o primeiro e o segundo partido, ambos de cores políticas diferentes, não é significativa – continua a AEP – pelo que as condições de governabilidade serão um desafio contínuo”.

Lembrou, no entanto, que estas últimas eleições – antecipadas pela demissão do primeiro-ministro, o socialista António Costa, em Novembro, após o anúncio da acusação – “resultaram de um governo com maioria parlamentar, que não garantiu a estabilidade governativa esperada”. .

A AEP indicou que não lhe cabe comentar possíveis acordos e alianças entre forças políticas, mas esclareceu que está preocupada com “as políticas que serão implementadas, num contexto nacional e internacional, particularmente difícil, incerto e com múltiplas desafios.”

Referindo-se a estes desafios, sublinhou que merecem “particular atenção” das políticas públicas que visam aumentar o crescimento e o desenvolvimento económico para que Portugal possa convergir não só com a média europeia, mas também com os países mais avançados.

“Para a AEP, é muito preocupante o facto de as projeções da Comissão Europeia indicarem que até 2024 Portugal estará entre os países da União Europeia com maior abrandamento do crescimento económico”, refere a nota.

É por esta razão que considera com “grande preocupação” a situação da economia num período que, lembrou, coincide com a aplicação da maior dotação de fundos europeus.

Perante este panorama, declarou que continuaria a apresentar propostas ao Governo para defender políticas que visem a melhoria da produtividade, da competitividade e da coesão social.

“Nesta área”, acrescentou, “é necessário ter um ambiente favorável ao bom desenvolvimento da actividade empresarial, onde políticas públicas correctas são essenciais no curto, médio e longo prazo”.

ssa/fpa

Alex Gouveia

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