Cesária Évora, de Ana Sofia Fonseca – Resenha

Cesária Évora é um documentário do realizador, produtor e jornalista português Ana Sofia Fonseca sobre a carreira da famosa cantora cabo-verdiana que ganhou um Grammy Award em 2004 pelo seu álbum voz do amor. Cesária Évora estreia mundial na quinta-feira, 17 de novembro de 2022 na Seleção Oficial de Filmes em Competição do 48 Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva.



Resenha de ‘Cesária Évora’

Folha técnica

Título: Cesária Évora
Título original: Cesária Évora

Distribuição:
Cesária Évora

Ano: 2022
Duração: 94 minutos.
País: Portugal
Diretor: Ana Sofia Fonseca
Roteiro: Ana Sofia Fonseca
Fotografia:
Música:
Gênero: Documentário
Distribuidor:

filmaffinity

IMDB

Cesária Évora Trailer

Sinopse

Cantora de renome mundial Cesária Évora de Cabo Verde, vencedora do Grammy, em um novo documentário intimista. Com filmagens inéditas e informações sobre a vida da cantora, o filme acompanha as lutas e o sucesso da diva descalça. (Festival de Huelva 2022)



A infância pobre e órfã de Cesária

Cesária Évora é um documentário muito próximo que, através de inúmeras imagens inéditas e fragmentos de gravações das suas atuações, desenvolve o interessante e ao mesmo tempo difícil percurso de vida da famosa cantora cabo-verdiana. realizador português Ana Sofia Fonsecavive a meio tempo entre o seu país natal e Cabo Verde onde tem uma casa muito próxima da de Cesária.

Admiradora e seguidora da cantora, tornaram-se amigas, podendo entrar no seu núcleo familiar mais íntimo, tendo acesso a fotos antigas e gravações a preto e branco dos primeiros anos de Cesária. Por isso é um documentário muito intimista, e como a própria realizadora comentou durante a sua estreia mundial em Huelva, ajuda muito conhecer melhor a cantora para entender a sua carreira.

A péssima origem familiar e os maus tratos sofridos explicam em grande parte a sua personalidade, muito tímida e insegura, que a levou a recorrer ao álcool para se apresentar em público. Órfã de pai aos sete anos, foi internada em um orfanato, de onde escapou inúmeras vezes devido ao seu caráter muito livre e por não gostar do tratamento das freiras. Desde a adolescência, canta em bares, tabernas, hotéis e barcos, como meio de sustento diário, ganhando apenas o suficiente para viver cada dia.

descoberta da cantora

o cenário de Ana Sofia Fonseca Ao longo do documentário, ele recolhe os problemas emocionais que Cesária teve ao longo da vida, na forma de depressão e transtorno bipolar. Ele tinha altos e baixos emocionais frequentes que determinavam seu comportamento às vezes forte e instável.

Em 1975, ano da independência de Cabo Verde, viveu grandes problemas económicos e pessoais, passando onze anos sem cantar e confinada em casa devido aos seus estados depressivos e aos seus problemas de alcoolismo. A instabilidade financeira do jovem país influenciou muito a vida material de seus habitantes. Incentivada por Bana, cantor e empresário cabo-verdiano que vivia em Portugal, Cesária voltou a cantar e mudou-se para Portugal.

Através dos testemunhos do seu grande amigo e empresário, o seu jovem amigo pirocde sua neta Janete Évora e outros pais, vemos a personalidade muito independente e livre de Cesária. A própria cantora comenta que não queria se casar, ser de ninguém senão livre, mesmo tendo vários filhos.

Seus familiares reconhecem que ela sempre foi uma mulher muito simples e generosa, dando grande parte do que ganhava cantando. Seu sofrimento econômico e material desde muito jovem condiciona muito seu comportamento quando compra grandes quantidades de alimentos. Como sempre morou em casa alheia, seu sonho sempre foi ter a casa própria até finalmente chegar nela, enchendo-a de muitos parentes e visitantes.

Documentário de Cesária Évora

reconhecimento global tardio

Ela sempre foi conhecida por cantar descalça, mas Cesária disse que era porque seus sapatos doíam de verrugas nos pés. Totalmente desconhecida fora de seu país, ela só se popularizou em 1991, aos cinquenta anos. Sempre cantou o blues cabo-verdiano, música nostálgica da escravatura, do isolamento do país e da grande emigração.

Seu descobridor foi o francês José da Silva, então amiga e empresária, que a ouviu cantar num restaurante em Lisboa, que servia comida cabo-verdiana. Ele a convenceu a se apresentar em Paris, onde ela gravou o álbum em 1988, A diva descalça, e quatro anos depois seu grande sucesso saudade perfumada. Com seu representante conduzindo bem sua carreira, ele viaja para muitos países e vários continentes, onde é muito mais reconhecido do que em seu próprio país.

conjunto Cláudia Rita Oliveira é ordenada, ajudando a acompanhar bem sua trajetória estendida, integrando todas as informações de forma compreensível. O caráter independente e combativo de Cesária fica bem patente numa sequência, com a gravação de um dueto com a cantora cubana Empresa Segundoonde os dois discutem durante a gravação da música lágrimas Negras.

Parou de atuar quando apresentou graves problemas de saúde, passando também por uma cirurgia cardíaca, sendo internada por insuficiência respiratória grave e edema pulmonar que a levou à morte aos setenta anos de idade em 17 de dezembro de 2011.

Conclusão de ‘Cesaria Évora’

Cesária Évora é um excelente documentário do realizador e jornalista português Ana Sofia Fonseca, que percorre a vida da grande cantora cabo-verdiana, ajudando a conhecê-la melhor desde a infância.

Ligar “A diva descalça“O”Rainha da Morna“, o seu estilo musical, deu a conhecer ao mundo o nome de Cabo Verde. De uma infância muito pobre e sofrida, o seu carácter foi por ela marcado, mantendo a sua personalidade livre e generosa.

Um delicioso documentário para conhecê-la além de sua voz maravilhosa que cantava o manhã prodigiosamente.

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Francisco Araújo

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